domingo, 2 de maio de 2010

Rio de Janeiro, uma cidade maravilhosa

Situada no sudeste brasileiro, o Rio de Janeiro é a cidade mais conhecida no exterior, sendo o principal destino turístico na América Latina. O estado recebeu em 2008 aproximadamente cinco milhões de visitantes estrangeiros. Conhecido pelos belíssimos cartões-postais, a Cidade Maravilhosa foi visitada recentemente por grandes astros e estrelas internacionais, como Hugh Jackman, Madonna, Paris Hilton, Gerard Butler e Alicia Keys. Grandes turnês internacionais tiveram o estado como palco de seus shows, como Beyoncé, Coldplay, Guns N’ Roses, B. B. King e Joss Stone, a musa do jazz.


Conhecendo a história

A região que ocupa atualmente a cidade carioca foi descoberta no dia 1º de janeiro de 1502 por uma expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos. Ele acreditou ter chegado à desembocadura de um grande rio, e assim, batizou a baía com o nome de Rio de Janeiro.

Devido à posição estratégica da cidade na Baía de Guanabara, desenvolveu-se ali uma zona portuária e comercial (madeira, pesca e cana-de-açúcar), desta forma, a população também aumentou. Mas a cidade do Rio de Janeiro só conheceu seu maior esplendor entre 1920 e 1950, quando pessoas do mundo inteiro vinham atraídas pela sua imagem romântica, seus cassinos e belezas naturais.


Cartões-postais

Mas os diversos ícones culturais e paisagísticos, possuem além da beleza, um significado e história singulares. Iremos através deste blog, informar aos cariocas e todos aqueles que amam esta cidade sobre a funcionalidade arquitetônica de cada monumento construído.

O Cristo Redentor, por exemplo, foi proclamado a terceira das Novas Sete Maravilhas do Mundo. A estátua, a 709 m do nível do mar, oferece uma das mais belas vistas dos morros e baías do Rio de Janeiro. O monumento religioso foi inaugurado em 1931, após cinco anos de obras.

Além deste ponto turístico, outros locais da cidade terão suas histórias contadas aqui neste blog. Você que ama o Rio, que tal passear conosco nesta belíssima viagem cultural?

Cristo Redentor

Inauguração: 12/08/1931
Escultor: Paul Max. Landowski
Altura total: 38 metros
Altura estátua: 30 metros
Peso: 1145 toneladas
Largura (mão a mão): 30 metros
Localização: topo do morro Corcovado a 710 metros do nível do mar.

A história recente do Corcovado data desde o século XVI, quando os colonizadores portugueses batizaram a montanha de Pico da Tentação, fazendo uma referência a um monte bíblico. No século XVII o monte é rebatizado de Corcovado, devido a sua forma que lembraria uma corcunda (corcova). Em 1824, dois anos após a independência do Brasil, Dom Pedro I lidera uma expedição ao topo do Corcovado, abrindo um caminho para o cume.

Após 35 anos (1859), o padre Pedro Maria Boss sugere à Princesa Isabel que seja construído um monumento religioso no alto do Corcovado. Em 1882 Dom Pedro II autoriza a construção da Estrada de Ferro do Corcovado, que começa a funcionar em 1884 no trecho Cosme Velho Paineiras. Um ano mais tarde é inaugurado o trecho final da estrada de ferro, ligando as Paineiras ao topo do morro. A extensão total da ferrovia é de 3800 metros.

Somente em 1921 é retomada a ideia do Padre Maria Boss de construir um monumento religioso, na ocasião para comemorar-se o centenário da independência do Brasil. A pedra fundamental da construção é lançada em 4 de Abril de 1922. E em 1923 é realizado um concurso para a escolha do monumento a ser construído e o projeto vencedor é do engenheiro Heitor da Silva Costa.

Finalmente, em 1931 é inaugurada oficialmente a Estátua do Cristo Redentor. O desenho da estátua é de Carlos Oswald e a execução do escultor francês Paul Maximilian Landowski. As escadas rolantes e os elevadores são de 2003. Em 2007, o Cristo Redentor foi declarado uma das “7 Maravilhas do Mundo”.

Forte de Copacabana

Em 1763, a transferência da Capital do Brasil, para a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, provocou a necessidade de serem reforçadas as defesas da Baía de Guanabara, através de Fortificações de Artilharia.

Em 1908, foi iniciada a instalação do Forte na Ponta da Igrejinha, no promontório que separa as praias hoje conhecidas como Ipanema e Copacabana. Ocupando uma área de cerca de 114.000 m2, o Forte de Copacabana foi inaugurando em 28 de setembro de 1914, pelo então Presidente da República Marechal Hermes da Fonseca.

Sua construção em forma de casamata foi um desafio à engenharia militar. As paredes externas voltadas para o mar, de 12m de espessura, acolhe os canhões alemães Krupp (305mm, 190mm e 75mm) assentados em cúpulas encouraçadas e giratórias.

O Forte de Copacabana foi palco do mais dramático acontecimento do Movimento Tenentista, que passou à História como a "Epopeia dos 18 do Forte", ocorrida em 05 de julho de 1922.

Arcos da Lapa


"Cada capital da Europa possui um monumento célebre que imprime à cidade um caráter próprio. No Rio de Janeiro, é o Aqueduto da Carioca, com sua ordem de arcadas, sua aparência de construção romana, sua forma elegante e graciosa que de todos os lados a vista procura...".

A declaração do historiador francês Ferdinand Denis refere-se a um dos principais símbolos da cidade do Rio de Janeiro – o Aqueduto da Carioca, popularmente conhecido como Arcos da Lapa.

Promovida pelo governador Ayres Saldanha, a construção é considerada a mais importante obra do Rio de Janeiro colonial, o Aqueduto da Carioca foi construído em 1723 e tinha como objetivo levar as águas do rio Carioca até o Largo da Carioca, sanando o problema de falta de água na cidade.

A água abastecia o famoso chafariz do Largo da Carioca, que passou a ser ponto de encontro de escravos e mercantes, e centro da vida urbana da época.

A Reforma dos Arcos

A imponente construção em estilo romano, com 17,6 m de altura e 270 m de extensão, e 42 arcos que ligam o Morro do Desterro (atual bairro de Santa Teresa) ao Morro de Santo Antônio, logo estava em ruínas. Foi reformada em 1744, pelo governador Gomes Freire de Andrada, que lhes proporcionou maior solidez. No Século XIX, o aqueduto tornou-se obsoleto e foi desativado, passando (em 1896) a ser utilizado como viaduto de acesso dos bondes de Santa Teresa - único sistema de bondes ainda existente no Rio, que imprime ao bairro um aspecto peculiar e histórico.

Vista Chinesa

A Vista Chinesa é um mirante construído em homenagem aos imigrantes chineses e encanta os visitantes não só pelo estilo oriental, mas também pela vista maravilhosa que se tem do local. A combinação que poucas cidades do mundo têm, no Mirante, está aos nossos pés: mar, montanha e mata. É uma imagem deslumbrante a 380 metros de altitude. E o ponto de observação também não poderia ter mais charme.

A história da Vista Chinesa se confunde com a chegada de imigrantes ao Rio e também com a história de outro importante ponto da cidade: o Jardim Botânico. Isso porque por influência do próprio Rei de Portugal, Don João VI, o Jardim Botânico deveria ser uma espécie de laboratório. A ideia era trazer plantas e sementes do exterior para ver se elas vingariam aqui. E se a plantação em questão era chá, era preciso uma mão de obra especializada de chineses.

Assim, a primeira leva de imigrantes chineses chegou ao Rio no ano de 1811. Trezentos deles saíram da colônia portuguesa de Macau direto para o Rio de Janeiro. Ficaram nesta região de floresta, mas a plantação acabou não indo adiante. Os chineses foram, então, contratados para outros projetos. Inclusive para abrir a estrada que corta o Alto da Boa Vista. Mas os costumes eram diferentes, a língua era um empecilho e o destino, para muitos deles, foi trágico.

De acordo com o historiador Milton Teixeira, muitos chineses não se deram bem no Rio de Janeiro. “Há inclusive uma referência que, em 1819, 1820, muitos praticaram o suicídio coletivo, talvez com saudades da terra natal", relata.

Em 1905, para homenagear esses imigrantes, foi construída uma primeira estrutura, feita de concreto e telhado de bambu, mas acabou não resistindo ao tempo. Em 1906 foi erguida a construção que até hoje está no Alto da Boa Vista. E marcou, para sempre, a contribuição dos chineses ao Rio.

Teatro Municipal

A atividade teatral era, na segunda metade do século XIX, muito intensa no Rio de Janeiro. Mas a então capital do Brasil não tinha um teatro que correspondesse plenamente a essa atividade e estivesse à altura da principal cidade do país. Seus dois maiores, o São Pedro e o Lírico, eram criticados pelas suas instalações, seja pelo público, seja pelas companhias que neles atuavam.

Em 1894, o autor teatral Arthur Azevedo lançou uma campanha para que um teatro fosse construído para ser sede de uma companhia municipal, a ser criada nos moldes da Comédie Française. Mas a campanha resultou apenas em uma Lei Municipal, que determinou a construção do Theatro Municipal. A lei, no entanto, não foi cumprida, apesar da existência de uma taxa para financiar a obra. A arrecadação desse novo imposto nunca foi utilizada para a construção do Theatro.

Somente em 1903, o prefeito Pereira Passos, nomeado pelo presidente Rodrigues Alves, retomou a ideia e, a 15 de outubro de 1903, lançou um edital com um concurso para a apresentação de projetos para a construção do Theatro Municipal.

Encerrado o prazo do concurso, em março de 1904, foram recebidos sete projetos. Os dois primeiros colocados ficaram empatados: o “Áquila”, pseudônimo do engenheiro Francisco de Oliveira Passos, e o “Isadora”, pseudônimo do arquiteto francês Albert Guilbert, vice-presidente da Associação dos Arquitetos Franceses.

O resultado deste concurso foi motivo para uma longa polêmica na Câmara Municipal, acompanhada pelos principais jornais da época, em torno da verdadeira autoria do projeto “Áquila” - que se dizia feito pela seção de arquitetura da Prefeitura – e do suposto favoritismo de Oliveira Passos, pelo fato de ser filho do prefeito, entre outros argumentos.

Como decisão final resolveu-se pela fusão dos dois projetos pois, na verdade, os dois projetos ganhadores correspondiam a uma mesma tipologia.

Feitas as alterações no projeto, a 2 de janeiro de 1905, o prédio começou a ser erguido, com a colocação da primeira das 1.180 estacas de madeira de lei sobre as quais se assenta o edifício. Para decorar o edifício foram chamados os mais importantes pintores e escultores da época, como Eliseu Visconti, Rodolfo Amoedo e os irmãos Bernardelli. Também foram recrutados artesãos europeus para fazer vitrais e mosaicos.

Finalmente, quatro anos e meio mais tarde – um tempo recorde para a obra, que teve o revezamento de 280 operários em dois turnos de trabalho – no dia 14 de julho de 1909 foi inaugurado pelo presidente Nilo Peçanha o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que tinha capacidade para 1.739 espectadores. Serzedelo Correa era o prefeito da cidade.

Modificações na construção

Em 1934, com a constatação de que o teatro estava pequeno para o tamanho da população da cidade, que tinha crescido muito, a capacidade da sala foi aumentada para 2.205 lugares. A obra, apesar de sua complexidade, foi realizada em três meses, tempo recorde para a época. Posteriormente, com algumas modificações, chegou-se ao número atual de 2.361 lugares.

Em 1975, a 19 de outubro, o Theatro foi fechado para obras de restauração e modernização de suas instalações e reaberto em 15 de março de 1978. No mesmo ano foi criada a Central Técnica de Produção, responsável por toda a execução dos espetáculos da casa.

Em 1996, iniciou-se a construção do edifício Anexo. O objetivo foi desafogar o teatro dos ensaios para os espetáculos, que, com a atividade intensa da programação durante todo o ano, ficou pequeno para eles e, também, para abrigar condignamente os corpos artísticos. Com a inauguração do prédio, o Coro, a Orquestra e o Ballet ganharam novas salas de ensaio e bastante espaço para suas práticas artísticas.

Em 2008, com o patrocínio dos Grandes Patronos tornou-se possível iniciar a obra de restauração e modernização para o centenário do Theatro, contemplando o monumento com a restauração do telhado, da arquitetura externa e interna e da modernização das instalações prediais.